Ato em São Paulo (20/11)
Sou proletário, filho de proletários, pai de proletários, odeio burguês, estou cansado de todas ideologias e de todas construções filosóficas, um dia talvez belas por se coadunar com a vida de seus formuladores, mas que com o passar do tempo, como a água parada, perdem sua cristalinidade e apodrecem.
Estive lá na Paulista, sim, não pelos partidos ou idelogias que o convocaram, mas pela Comuna Viva de Oaxaca, e pela Autonomia que ela defende diante de todo aparato bélico voltado para sua destruição, como o navio de guerra Usumacinta, 1500 marinheiros, 20 helicópteros M-18 e M-17, aviões Hércules e C-12, além de vários tanques, forças especiais do exército, polícia federal preventiva (PFP), totalizando cerca de 20 mil homens.
A comuna de Oaxaca permanece em pé apesar dos helicópteros e aviões que sobrevoam durante vários dias a capital do Estado, a "zona de combate", o centro histórico, os edifícios ocupados pelos "rebeldes".
Não poderia deixar de ir à Paulista manifestar minha solidariedade principalmente por causa das 1.500 barricadas erguidas na capital (3 mil em todo o estado), e dos 80 prédios públicos e 12 estações de rádio e televisão ocupados pelos oaxaquenhos.
A Comuna de Oaxaca pela sua autonomia tem certas semelhanças com a comuna de Kronstadt http://www.geocities.com/projetoperiferia2/secH5.htm , e é paradoxal que pessoas inspiradas no líder que comandou sua destruião hoje mobilizem-se em solidariedade aos rebeldes da comuna ao sul do México.
Àqueles "solidários" que enfatizam mais a luta de Obrador pelo cargo de presidente, formulo uma pergunta: Obrador presidente permitiria a proliferação de milhares de Oaxacas autônomas por todo território mexicano?
"Dirão, naturalmente, que um esquema como o exposto aqui é na realidade pouco prático, e vai contra a natureza humana. É totalmente certo. É pouco prático, e vai contra a natureza humana. Mas é por isso que merece a pena ser levado a cabo, e é por isso que alguém o propõe". Oscar Wilde, A alma do homem sob o socialismo.
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